Juiz Dredd Omnibus 1: Os Casos Completos
Juiz Dredd Omnibus 1: Os Casos Completos é uma publicação da Mythos Editora lançada em 2022, compilando em ordem cronológica, as primeiras histórias do Juiz Dredd, na famosa revista de ficção científica britânica 2000 AD. Acompanhe abaixo nosso review da publicação.
Quem é Juiz Dredd?
“Juiz Dredd” é uma série de quadrinhos britânica criada pelo escritor John Wagner e o desenhista Carlos Ezquerra, que estreou na revista britânica 2000 AD em 1977. O personagem principal, Juiz Dredd, é um policial futurista que atua como juiz, júri e executor em Mega-City UM, uma metrópole pós-apocalíptica. As histórias de Juiz Dredd são conhecidas por seu tom distópico, social e político, além de uma abordagem única e muitas vezes satírica da justiça.
Qual o conteúdo de Juiz Dredd Omnibus 1?
Nesta publicação, temos as primeiras histórias publicadas do personagem e em ordem cronológica. A editora Mythos teve a ótima escolha em publicar em formato mais econômico, com capa cartão e tamanho americano. Facilita demais a leitura em qualquer lugar e com um preço mais em conta. Outro detalhe importante, é que Juiz Dredd é um personagem de fácil leitura e assimilação, assim como Tex ou Conan, pois sua cronologia não pesa nas histórias a ponto de tudo que acontece em um conto (Ou PROGS como são chamados aqui), conflitarem com o que o personagem é hoje. Considerem a parte da fácil leitura apenas o que eu citei acima, pois de resto, as histórias tem um forte teor crítico e expressam temores e sensações da época em que foram escritas.
Neste volume de 340 páginas, temos várias histórias no melhor estilo vilão da semana, de poucas páginas, mas que mostra uma maturidade absurda de John Wagner em contar o que quer. Vale lembrar, que o personagem do Juiz Dredd, é mais um resultado da onda conservadora do fim dos anos 70 e início dos anos 80 na Inglaterra, onde as histórias do personagem mostram uma sutil crítica ao crescimento dessa opressão. É claro, que existem histórias aqui com vilões no melhor estilo clássico da parada, mostrando como a justiça de Dredd funciona e baliza suas sentenças.
Como o objetivo da 2000 Ad é ser uma “Magazine” compilando vários contos e de artistas diferentes neste período em específico, vários destes contos terminam ali mesmo com a resolução e um “lição de moral” final de Dredd. Porém, há alguns arcos interessantes e que valem a atenção e a leitura.
O que é notável?
Dentre todos os contos do Juiz Dredd Omnibus 1, o arco da revolta dos robôs é de longe o melhor. Em 1977, a ficção científica nos cinemas estava vindo com muita força e, o trabalho industrial já se utilizando de máquinas automatizadas já dava seus primeiros passos. Fora isso, anos de histórias na literatura e nos próprios quadrinhos, já falavam de Robôs e andróides. Se aproveitando desse furor, John Wagner criou um conto extremamente inteligente e convincente de uma revolta perpetuada pelos robôs, inclusive, com castas e hierarquias bem definidas entre estas máquinas, fazendo Dredd ir até seus limites para garantir a sobrevivência da humanidade em Mega-City Um.
Temos também, o conto do assassino da máquina de sonhos, um dos itens que durante as histórias posteriores do personagem, seria constantemente explorado. Outro conto notável, é sobre o tráfico de QUADRINHOS! Isso mesmo, QUADRINHOS! Os quadrinhos foram considerados agentes transgressores no futuro de Juiz Dredd e o “bom juiz”, tem que desmantelar a quadrilha.
Fora isso, há contos que contam muito sobre a intimidade de Dredd. Estes contos iniciais introduzem muito de como o Juiz vive pessoalmente e ao mesmo tempo, o entendimento dele com a corporação de Juízes e o meio referente a sua função. Um detalhe importante, é que esta publicação segue os anos do futuro de 2099 a 2100, mostrando uma cronologia dos acontecimentos.
Juiz Dredd Omnibus Vol. 1 vale a pena?
Em minha opinião, vale muito. Sou fã de ficção científica, do Juiz Dredd e amo ler sobre futuros distópicos. É interessante entendermos como a sociedade britânica era em 1977 e a situação geopolítica mundial, para também apreciarmos melhor a obra. Porém, isso não é essencial para degustar as histórias. Se existe um contra, é só se a pessoa não gosta muito de narrativas que se resolvem rápido (tirando os arcos citados, todas as histórias são auto-contidas). É lógico que com o tempo, o personagem sofreu alguns retcons e outras histórias foram recontadas. Porém, nada disso interfere na leitura desse começo literário do personagem. Recomendo muito esta publicação para quem é fã do “bom juiz”!
Nota do Redator: 5/5.
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