Quem foram os personagens de Léo Canhoto e Robertinho e porque eles dariam uma coça em Clint Eastwood
Léo Canhoto e Robertinho, uma dupla sertaneja formada no ano de 1969 por Leonildo Sachi (2020 ✝), conhecido como Léo Canhoto, e José Simão Alves, o Robertinho (apelido esse por conta da sua admiração pelo cantor Roberto Carlos), foi responsável pela composição de grandes canções para duplas sertanejas nas décadas de 70 e 80, mas também ficaram bem conhecidos por algumas de suas canções que eram, na verdade, histórias no melhor estilo western.
As histórias contadas pela dupla não eram meras histórias, e sim uma espécie de mini-rádio-novela, repletas de efeitos especiais e trilha sonora, o que causava no ouvinte uma imersão gigantesca no que ali era contado. Quer entender melhor o que eu estou falando? Então aí vai uma listinha para você:
O Homem Mau (1969)
O nome da história O Homem Mau fala por si só: ele era um cara mau. Mau mesmo.
A canção começa com o Homem Mau entrando em um saloon e impondo ordens ao garçom, tendo sua persona descrita pela dupla através de um trecho cantado por Léo Canhoto e Robertinho. O homem mau segue fazendo inúmeras maldades dentro do saloon, matando clientes e rindo após fazer suas piadas com as vítimas. No final da história, uma personagem surpresa aparece: o delegado!
Rock Bravo Chegou Para Matar (1970)
Um terrível homem chega à vila do Cachorro Sentado, e seu nome é Rock Bravo. Os saloons não tinham paz nas canções de Léo Canhoto e Robertinho, e foi o que aconteceu quando Rock Bravo chegou à vila do Cachorro Sentado. Rock Bravo apronta o caos dentro do saloon, bebendo sem pagar, e até mesmo atirando em uma mulher indefesa. “Gosta de flores? Amanhã no seu enterro terá muitas flores!”.
Rock Bravo não ficou satisfeito em arrumar briga só no saloon e partiu para o “arraial da vaca morta”, onde participou de duelos contra Joaquin Farofa e Pepe Caruncho, mas acabou encontrando um adversário à sua altura, e, para o seu azar, era um policial!
Buck Sarampo (1971)
Buck Sarampo era um cara meio doido, e mais um saloon perdeu a paz quando Buck entrou para escutar um jogo no rádio. Buck pedia bebidas, prometia pagar futuramente e ainda batia no garçom. Ah, e vale ressaltar que é graças ao Buck Sarampo que o funk “Dona Gigi”, do grupo Os Caçadores, foi criado (aquela música lá do “se me vê agarrado com ela, separa que é briga, tá ligado?”).
Quem não gostou das atitudes de Buck Sarampo foi o delegado da cidade, que foi até o saloon tirar satisfações. Escuta só a história e vê se consegue adivinhar de onde surgiu a Dona Gigi!
Lobo Negro (1972)
Lobo Negro era um delegado muito respeitado em uma vila bem distante, e Billy Toceira jurou vingança após Lobo Negro tê-lo mandado para a prisão. Com seu bando de cinco homens, Billy tenta acabar com Lobo Negro, mas o delegado é rápido no gatilho!
Pouco tempo depois, o irmão de Billy Toceira e muitos outros tentam tirar a vida do delegado, que não deixa barato.
Delegado Jaracuçu (1977)
Nos confins do sertão, dois fazendeiros, Urutu e Cascavel, viviam brigando e trocando tiros entre si. O único problema é que a briga acontecia no meio da cidade!
Cansado de toda essa bagunça, o delegado Jaracuçu decidiu entrar em ação, mas Cascavel e Urutu decidiram unir forças para acabar com o delegado.
Se for para citar todos os personagens da dupla, ficaria aqui digitando por dias! Existem muitas outras histórias de diversos personagens, como Pedro Querosene, O Valentão da Rua Aurora, Amazonas Kid e muitos outros! Essas histórias criadas por Léo Canhoto e Robertinho não criaram só risadas na época em que foram lançadas, mas também foram eternizadas ao serem usadas como sample em diversas canções, na maioria, montagens de funk.
A equipe de som Pipo’s, especializada em funk carioca, por exemplo, foi uma das responsáveis por montagens muito populares nos bailes nos anos 90, usando samples das histórias de Jack Matador e O Homem Mau.
Já imaginou o que aconteceria se Clint Eastwood encontra-se Buck Sarampo em sua jornada? Ou se o Delegado Lobo Negro surgisse para atrapalhar os planos de Jesse James? Só sei que uma coisa é certa: com as letras de Léo Canhoto e Robertinho, Red Dead Redemption III já é uma realidade.