O Diabo de Cada Dia (2020) – A Fé pode Cegar
Essa semana a plataforma de streaming Netflix estreou mais um novo filme original, dessa vez baseado na obra literária escrita por Donald Ray Pollock. Com 68% de aprovação no Rotten Tomatoes, ‘’O Diabo de Cada dia’’ entrega uma trama repleta de violência, brutalidade e críticas.
Enredo
Em uma cidadezinha localizada no interior de Ohio, Estados Unidos, narram-se as histórias de personagens bizarros e violentos surgidos no final da Segunda Guerra Mundial. Willard Russell é um veterano de guerra atormentado por não conseguir salvar sua esposa Charlotte, a qual está morrendo de câncer. Carl e Sandy Henderson, uma dupla de serial killers, percorrem as estradas em busca de modelos para fotografar e exterminar. Roy é um pastor especialista em aranhas, que foge da lei ao lado de seu guitarrista aleijado, Theodore. E no meio disso tudo, está Arvin Russell, filho de Willard e Charlotte. Ele cresce buscando se tornar um homem bom, embora seja também violento em sua própria maneira.
Quando anunciado, esse filme ganhou uma grande repercussão por conta do elenco de peso composto por Tom Holland, Robert Pattinson, Bill Skarsgård, Sebastian Stan e por aí vai. Pelo menos um deles eu tenho certeza de que você conhece. Devido a isso, com toda certeza o Hype do filme foi lá em cima. Mas é tudo isso mesmo?
No começo, pra ser sincera, eu meio que não sabia onde tudo isso iria chegar, mas depois essa sensação melhorou. Com toda certeza o título da obra define exatamente o que acontece do começo ao fim. O referido ‘’Diabo’’ não é nada mais nada menos do que algo que está dentro dos personagens, como seus pensamentos, e assim também fazendo uma conexão com o tema mais abordado, a religião atrelada ao radicalismo. O filme aborda a fé cega utilizada por pessoas mentalmente perturbadas como uma justificativa para cometer crimes hediondos, tipo ‘’quem puxou o gatilho fui eu, mas quem mata é Deus’’ (eu colocaria essa frase de subtítulo do filme).
É preciso tirar o chapéu para algumas atuações que fazem total diferença na produção como, principalmente, a de Tom Holland que me deixou totalmente feliz e orgulhosa por ele, pois saiu do adolescente aranha triste e ingênuo para o adolescente totalmente perturbado desde a infância (já imaginou esse menino fumando, atirando e metendo o pé de cabra nos outros? Eu também não!) e Robert Pattinson como o Reverendo Preston, que quando aparece rouba totalmente a cena, pensa num personagem que me deixou aos nervos.
Mas, acho que se invés de filme tivéssemos uma minissérie, os impactos da história fossem mais sentidos e a história teria um pouco mais de ritmo. E isso se dá pelo fato da narrativa ser densa e afundar o espectador nesse mundo cheio de violência, drama e pecados por toda parte. Então talvez dividir em capítulos seria melhor.
O Diabo de Cada Dia Vale a Pena?
Em geral, a obra me agradou e não achei ruim como várias pessoas estão dizendo por aí. Se eu tivesse que dar uma nota, seria 3,5/5,0 exatamente pelos motivos que mencionei no parágrafo anterior. E recomendo, sim, que assistam e tirem suas próprias conclusões (a menos se você estiver passando por uma fase difícil, nesse caso recomendo assistir algo mais leve e depois dar uma chance para ‘’O Diabo de Cada dia’’).
E aí? Assistiu ao mais novo filme da Netflix? Conta pra mim aí nos comentários o que achou! Te vejo no próximo review, falou.