Superman: O Homem de Aço – Review
Superman: O Homem de Aço foi uma mini série em 6 edições concebida por John Byrne em 1986, sendo esta a nova origem do Superman após o reboot do universo DC em Crise nas Infinitas Terras. Alterando alguns conceitos do herói que vinham desde 1938 e humanizando muito mais sua personalidade, Superman: O Homem de Aço é uma leitura obrigatória para qualquer fã da nona arte. Acompanhem nosso review da obra.
Breve histórico
Após o incrível evento Crise nas Infinitas Terras, onde o universo DC sofreu uma reformulação tanto nas páginas quanto editorial, a empresa decidiu refazer as origens de seus personagens e começou pela Trindade Superman, Batman e Mulher Maravilha. Frank Miller foi o responsável pelo Batman e nos trouxe a incrível Ano UM. George Pérez ficou a cargo da Mulher Maravilha e criou Deuses e Mortais. Então, o polêmico John Byrne ficou a cargo de recontar a história de Kal-El e trouxe Superman: O Homem de Aço.
O mesmo herói, mas uma nova história
O que faz Superman: O Homem de Aço um arco incrível, é que John Byrne mantém conceitos clássicos mas reformula desde suas interações com outros personagens a seus poderes. Aqui, Superman não é mais um ser tão supremo quanto antes. Ele ainda é um Deus para os padrões humanos, mas agora as ameaças vilanescas conseguem ter mais chance. Desde a hora em que ele descobre não ser um de nós até o fim da mini série, nos é mostrado um super ser, mas tão humano por dentro quanto qualquer um de nós.
A história se inicia nos últimos momentos de Krypton, onde Jor-El sabe que o destino do planeta já está decidido. Isso é foi uma ótima ideia para recontextualizar os leitores da época sobre o planeta do Superman. Os elementos clássicos estão ali, mas com algumas mudanças e novas explicações sobre os efeitos de nosso sol em células Kryptonianas.
Não importa em qual mídia, mas a visão da nave de Kal-El escapando de Krypton sempre será épica. Aqui, não poderia ter sido diferente. Todo o desespero dos pais com a situação do planeta e o dilema em mandar seu pequeno filho a outro sistema solar, é ainda uma das melhores origens de Super-Herói de todos os tempos.
Como antes, a nave do pequeno Kal-El cai no Kansas e é encontrado pelos adoráveis Jonathan e Martha Kent. O mais engraçado, é que tudo acontecia em período de Guerra Fria e Jonathan já coloca a culpa da nave nos Soviéticos. Relendo esta história dias atrás, eu gargalhei só de pensar como isto era recebido pelos leitores naquela época.
A narrativa faz questão de mostrar que Clark não fazia ideia de quem era até a verdade ser mostrada à ele por Jonathan. Clark era o astro de futebol da escola e de sua cidade, teria um futuro promissor na liga nacional. Era querido e amado por todos. Mas, por dentro ele sabia que nada era tão simples. Ele era algo mais.
Surge Superman: O Homem de Aço
A mini série passa esmiuçar todo o passado de Clark até o fatídico dia em que ele se mostra para humanidade pela primeira vez, ainda em trajes civis. O roteiro trata de forma bem humana o sentimento de Clark com este primeiro feito, onde ele busca em seus pais, o refúgio de sua confusão. Isso é genial e faz o leitor se sentir próximo do personagem como nunca antes havia sido. Essa humanização é bem interessante.
Outro detalhe interessante deste arco, é Lois Lane. Aqui, a destemida repórter e retratada de uma forma muito mais liberal, lhe dando um ar muito mais feminino e forte. A sua busca para conseguir informações do homem de aço são levadas a consequências “extremas”. É muito difícil não gostar de Lois sobre a visão de John Byrne, que sempre trabalhou personagens femininas de forma incrível.
Aos poucos, Superman começa a ganhar a credibilidade da população de Metrópolis, sendo um pilar de segurança na cidade. De bandidos comuns a terroristas, ele vai enfrentando todos os perigos com uma coragem sem-igual.
O primeiro encontro entre Superman e Batman também ocorre neste arco. “Os Melhores do Mundo” enfrentam um perigo randômico em Gotham City em uma história muito legal. É incrível ver como os anos 80 mudaram demais o Homem-Morcego. Aqui, fica claro que Batman e Superman têm uma boa relação, mas com ressalvas. Batman por exemplo, engana o Superman com um blefe pra lá de sinistro…
As interações entre Clark Kent, o alter ego do Superman com Lois Lane são engraçadíssimas. A narrativa explica desde os aspectos físicos de Clark a famosa pergunta de como ele se barbeia, que sempre foi uma piada na nona arte.
O primeiro encontro com Lex Luthor ocorre neste arco também, em uma história que mostra toda a canalhice do vilão. O curioso é que aqui, o vilão que também foi reformulado, ainda tem um pouco de cabelo e é um milionário excêntrico e apaixonado por Lois Lane. Um homem capaz de tudo para derrotar o Superman.
Tão logo se conhecem, Lex começa a agir. Lex é o responsável aqui pela criação do vilão conhecido como Bizarro. Superman e seu “clone” se enfrentam em um combate incrível e de muita destruição. Esta versão de Lex Luthor é bem mais maquiavélica do que a versão pré-crise.
O arco finaliza com Superman finalmente, descobrindo tudo sobre Krypton. Até o presente momento, Superman apenas achava ser parte de um programa governamental da Rússia ou dos Americanos. Visões de Jor-El aparecem para Superman e lhe mostram, o que Clark é de verdade e seu verdadeiro nome.
Superman: O Homem de Aço vale a pena?
Sim! Vale demais! Esta é a origem definitiva do herói, que é a mais aceita até hoje e foi rebuscada mesmo no final da saga dos Novos 52, quando entrou a fase Rebirth dos quadrinhos da DC. Mesmo sendo de 1986, a leitura não está datada e é muito agradável. É um arco pequeno, que pode ser lido tranquilamente em uma tarde com um café! Caso queiram comprar este arco, a Eaglemoss o republicou anos atrás e vocês podem comprar via Amazon. Cliquem na imagem abaixo para comprar com desconto:
Espero que este humilde review, lhes dê vontade de conhecer esta história. Obrigado pela atenção, e até mais!