The Last Kumite (2024) – Apesar de tudo, uma homenagem sincera

The Last Kumite (2024) – Apesar de tudo, uma homenagem sincera

The Last Kumite, filme de artes marciais de baixo orçamento via Kickstarter e dirigido por Ross W. Clarkson (O Imbatível 2 e 3), chegou e está dividindo opiniões. Assisti ao filme e olha… tem bastante coisa para falar. Segue nosso review!

ENREDO DE THE LAST KUMITE

Antes de começar esse review, devemos ser muito justos em uma coisa: Mesmo sendo um sucesso em sua campanha no Kickstarter (Site de campanhas online, nos moldes do Catarse), o orçamento para se fazer o filme ainda é baixo. A produção foca principalmente nas referências e homenagens. Portanto, explosões, carros invocados, tiros e cenas absurdas não ocorrem.

Dito isso, vamos ao enredo.

The Last Kumite conta a história de Michael Rivers, um multicampeão de artes marciais que após vencer um torneio oficial, decide se aposentar. Sua vitória é assistida por Ron Hall (Matthias Hues) e seu capanga Wolf (Michel Qissi) que durante a festa de comemoração do evento, lhe convida para um torneio na Europa, onde eles pretendem reviver o lendário Kumite. Michael então, se recusa a participar do torneio alegando sua aposentadoria. Então sua filha Bree (Kira Kortenbach), é sequestrada por Ron Hall para convencer Michael a participar do torneio. Não tendo outra opção, Michael viaja à Bulgária para participar do torneio e lá, recebe o treinamento de Loren (Billy Blanks) e Julie Jackson (Cynthia Rothrock) para sobreviver ao torneio e principalmente, ao melhor e mais temido lutador da competição, Dracko (Mike D. Vecchio).

Trailer de Lançamento do Filme

PRINCIPALMENTE, UMA HOMENAGEM

The Last Kumite tem um roteiro muito simples, como realmente eram os filmes de Kickboxing do fim dos anos 80 e durante os anos 90. Nada é novo, nada é revolucionário e ao mesmo tempo, nada é diferente. Porém, o filme acaba se dando bem em sua proposta principal. Quando os produtores começaram a campanha anos atrás, o filme só tinha para oferecer um poster e uma proposta. Com a entrada do dinheiro da campanha (que bateu sua meta rapidamente, diga-se de passagem), outros detalhes foram sendo adicionados com o tempo. Todos eles, deixando bem clara a proposta do filme.

Dentre as homenagens e referências, vamos começar com com os atores:

Mathis Landwehr

O ator Mathis Landwehr, que vive o protagonista Michael Rivers, é um ator e dublê alemão e que já participou de algumas produções européias. Para mim, um completo desconhecido até agora. Porém, sua atuação em The Last Kumite não é ruim e sua desenvoltura em artes marciais é bem convincente.

Matthias Hues

Matthias Hues, que interpreta o traficante humano Ron Hall, é uma das referências mais marcantes do filme. Matthias fez inúmeros filmes na Era Kickboxing, em sua grande maioria como vilão e aqui, ele vive seu mais maquiavélico papel. Gostei muito, principalmente por ele não ser um vilão caricato.

Billy Blanks

Billy Blanks é Loren, um homem que teve sua esposa assassinada por Ron Hall e sua filha sequestrada e perdida. Vendo em Michael uma chance de retribuição contra Ron, ele o prepara para o torneio. E o que falar de Billy Blanks? O homem é um multicampeão de artes marciais, fez um dos melhores filmes da Era Kickboxing como o vilão Khan (O Rei dos Kickboxers) e seu nome no filme, “Loren“, é uma clara homenagem a seu amigo e também ator dessa época, Loren Avedon. Billy Blanks é também conhecido por ter inventado o “Tae Bo“, uma técnica de condicionamento físico que mistura artes marciais, aeróbica e dança (Tipo os aero-boxing da vida). Atualmente, Billy Blanks ministra Workshops ao redor do mundo e é muito respeitado no meio das artes marciais.

Cynthia Rothrock

Cynthia Rothrock, a rainha dos filmes de artes marciais, é outra grande surpresa no filme. Ela é Julie Jackson, antiga mestra do temido lutador Dracko e para expiar seus pecados de ter preparado um lutador assassino, ela decide ajudar no treinamento de Michael. Cynthia Rothrock não é só conhecida pelos seus papéis nos filmes de artes marciais mas também, por sua contribuição para o próprio cinema. Cynthia, junto à Michelle Yeoh (O Tigre e o Dragão), começaram uma revolução no cinema de Hong Kong chamado de Girls With Guns (Você pode ler tudo sobre isso, em nossa matéria aqui do site clicando aqui). Cynthia é respeitada mundialmente. Multicampeã de artes marciais, faixa-preta em vários estilos e é sempre citada como uma ótima professora. Atualmente, também ministra workshops ao redor do mundo. Para ler mais sobre Cynthia Rothrock e sua carreira, leia nossa matéria clicando aqui.

Kurt McKinney

Kurt McKinney é Damon Spears, um lutador aposentado que entra na competição pois sua esposa também foi sequestrada por Ron. Kurt é como uma bússola moral no elenco, mantendo Michael e outros personagens focados no que é importante. O Ator Kurt McKinney é muito conhecido pelos brasileiros e fãs dos filmes de artes marciais por ter vivido Jason Stillwell, o protagonista de “Retroceder nunca… Render-se Jamais!“, junto de Jean Claude Van Damme. No filme, ele demonstrou que ainda tem ótima mobilidade para as cenas que participa, mesmo muito longe deste gênero de cinema.

The Last Kumite
Monia Moula

Monia Moula é Lea Martin, uma campeã de MMA que também foi convencida a entrar no Kumite devido ao sequestro de sua irmã. Monia é uma dublê extremamente conhecida no meio dos filmes atuais de artes marciais e também já participou de filmes com papéis menores e captura de movimentos para games e animações. No filme, demonstra um domínio incrível das artes marciais. Gostei bastante dela!

Michel and Abdel Qissi

Temos também, dois atores e irmãos que fizeram papéis icônicos na Era Kickboxing, principalmente em filmes de Jean Claude Van Damme. Michel Qissi (Tong Po em Kickboxer, Ruan Paredes em O Grande Dragão Branco) vivendo o capataz de Ron, Wolf e Abdel Qissi (Atilla em Leão Branco e Khan em Desafio Final) como o Detetive Dobrev. Ambas as atuações foram ótimas, nas devidas proporções.

The Last Kumite
David Yeung

Outra grande homenagem, é a participação de David Yeung, filho do lendário ator Bolo Yeung (O Chong Li de O Grande Dragão Branco) com um dos lutadores do Kumite. O rapaz personifica muito bem o seu pai no filme, mas o ponto negativo é que tem muito pouco dele no filme.

O filme também conta com o Youtuber e lutador “Viking SamuraiDavid Kurzhal, que foi um dos divulgadores e apoiadores do filme. Pode parecer um nome desconhecido caso você não siga este gênero de cinema, mas ele é muito conhecido por manter acesa a chama dos filmes de artes marciais, sempre comentando e trazendo matérias. Ele também é lutador. Se você entender inglês, conheça o canal dele clicando aqui.

Temos vários outros atores e dublês conhecidos, como o esplêndido Michael Möller, mas a participação dele é pequena, mesmo sendo expressiva.

Para finalizar, temos que falar da INCRÍVEL trilha sonora do filme. Composta pelo gênio das trilhas de ação dos anos 80/90 Paul Hertzog. As músicas foram compostas com os mesmos andamentos e harmonias já conhecidas dos filmes da época, com a mistura de sintetizadores e instrumentos orientais como shakuhachis, okotos e shamisens.

Dentre as músicas do filme, temos uma composta e cantada por outro ícone da música no período, Stan Bush. Stan cantou músicas famosíssimas como a do filme Transformers de 1986 e O Grande Dragão Branco. A música da vez é Running The Gauntlet, que traz muito da empolgação das artes marciais da época. Ouça abaixo via YouTube:

E AS LUTAS EM THE LAST KUMITE?

Então… É aqui que algumas coisas saem do eixo. O filme prometeu demais, principalmente pelo elenco absurdo de ícones da Era Kickboxing. Porém, filmar lutas não é tão fácil quanto parece e, pela grana envolvida, muita coisa deixou a desejar. Em primeiro lugar, não vemos situações de combate expressivas com os artistas mais famosos. Basicamente, o foco é em Michael, Damon e Lea, que são as pessoas com parentes sequestrados. Alguns dos lutadores do filme aparentam ser muito bons e alguns ângulos de câmeras no filme foram satisfatórios. Mas, parece que várias regras preestabelecidas de filmagem de filmes de luta foram esquecidas ou, na pior das hipóteses, IGNORADAS.

The Last Kumite
Alguns ângulos de filmagem se deram bem, outros foram uma lástima.

O filme é claro, tenta ao máximo agradar com golpes mirabolantes, câmeras lentas e sangue jorrando. Houve muitas cenas onde os golpes eram vistos passando longe do destino, situação que sempre foi contornada com a câmera posicionada no lugar certo. Mesmo assim as lutas, as intenções, dedicação por parte do elenco, direção e produção foram melhores e mais corajosas do que do PÉSSIMO remake de Kickboxer, que eu INFELIZMENTE assisti e fiz review. Clique aqui para ler o review dessa bomba!

The Last Kumite

THE LAST KUMITE VALE A PENA?

Vou ser sincero. Se você não gosta de filmes da Era Kickboxing, mesmo os maiores com Van Damme, este filme com certeza não vai te agradar. São muitas homenagens, clichês, ambientações e frases de efeito durante o filme. Agora, SE VOCÊ GOSTA OU GOSTAVA, com certeza o filme é uma viagem nostálgica e vale a pena! Ele tem seus defeitos, mas com certeza teve boa vontade em acertar e conseguiu em vários momentos.

Nota 3/5.

E você? Assistiu? O que achou? Se não assistiu a ideia te empolgou? Diga nos comentários a sua opinião!

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Léo Palmieri

Pai, marido, nerd. Fã do Surfista Prateado e do Superman, juntou uma equipe de super-pessoas para trabalhar no projeto Crossover NERD com o intuito de divulgar o belíssimo mundo geek!

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