Velvet – Uma espiã na Guerra-Fria
Velvet, uma criação da talentosa dupla Ed Brubaker e Steve Epting, é uma obra-prima dentro do gênero de quadrinhos de espionagem e thriller. Lançada pela Image Comics e publicada recentemente no Brasil pela editora Mino, a série consegue se destacar em meio a um mar de títulos, graças à sua narrativa envolvente, personagens complexos e uma atmosfera noir irresistível. Acompanhe nosso review.
O que acontece em Velvet?
A trama gira em torno de Velvet Templeton, uma secretária aparentemente comum da agência de espionagem ARC-7. No entanto, sua vida dá uma guinada surpreendente quando seu ex-colega de trabalho, Jefferson Keller, é assassinado e ela se torna a principal suspeita. O enredo se desenrola de maneira magistral, mantendo os leitores na ponta de suas cadeiras, enquanto segredos do passado de Velvet são revelados e intrigas internacionais se desdobram.
A dupla perfeita para uma trama de Guerra-Fria
Brubaker demonstra sua já conhecida habilidade em construir personagens tridimensionais, especialmente no que diz respeito à incrível protagonista. Velvet Templeton é uma personagem cativante e multifacetada, escapando das convenções típicas do gênero ao se destacar como uma mulher muito forte, inteligente e habilidosa. Sua jornada de auto-descoberta é fascinante, e o roteirista habilmente mistura elementos de espionagem clássica com um toque moderno e muito feminino.
A protagonista viaja o mundo atrás da solução de seu quebra-cabeças, enquanto é procurada por seus colegas espiões e autoridades. Muitas figuras e personagens secundários surgem na vida de Velvet e a grande maioria, tem histórias para contar. É incrível como um simples pilantra do passado de Velvet, consegue ter um desenvolvimento rápido e coeso. A narrativa de Brubaker é damasiadamente fechada e cheia de detalhes aqui. Se você piscar, você perde algum ponto. Já li vário trabalho do roteirista antes, mas este aqui me impressionou neste detalhe.
Aliás, o trabalho de Steve Epting na arte é igualmente impressionante! Seu estilo realista e detalhado contribui para a atmosfera sofisticada e sombria da história. As cenas de ação são dinâmicas, e Epting é hábil em transmitir as emoções dos personagens através de suas expressões faciais e posturas corporais. A paleta de cores, muitas vezes sombria e atmosférica, complementa perfeitamente o tom da narrativa.
Uma das forças distintivas de “Velvet” é sua capacidade de homenagear os clássicos do gênero de espionagem, enquanto simultaneamente subverte expectativas e traz uma abordagem moderna. A trama intrincada e os diálogos afiados mantêm os leitores envolvidos, e as reviravoltas surpreendentes adicionam camadas adicionais de complexidade à história. Vale lembrar, que essa “viagem do passado ao presente” que a história apresenta, já nos foi mostrada por esta dupla criativa, em Capitão América: Soldado Invernal. Ou seja, trabalhar espionagem durante a Guerra-fria, é com eles.
No entanto, como toda obra, “Velvet” não é isenta de críticas. Em determinados momentos, a trama torna-se excessivamente complexa, exigindo uma atenção cuidadosa para acompanhar todas as nuances. Além disso, o ritmo pode ser lento em certas partes, o que pode desagradar leitores que preferem histórias mais aceleradas.
Vale a pena ler Velvet?
Demais! Em última análise, “Velvet” é uma leitura para os fãs de quadrinhos que apreciam uma narrativa inteligente e cheia de detalhes, personagens bem desenvolvidos e uma estética visual arrebatadora. Brubaker e Epting mais uma vez provam ser uma dupla imbatível, criando uma experiência que ressoa além dos limites do gênero de espionagem, estabelecendo-se como uma obra-prima contemporânea no mundo dos quadrinhos.
Nota do Redator: 5/5
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